Diretor na linha de frente do combate ao Covid-19 se afasta temporariamente do cargo
Ele está de férias até o começo de abril, mas não deverá retornar ao trabalho em razão de discordâncias com seu chefe, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de OliveiraO núcleo central do Ministério da Saúde de combate ao novo coronavírus sofreu uma baixa. Júlio Croda, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da pasta, afastou-se de suas funções após divergências internas com a equipe. Ele está de férias até o começo de abril, mas não deverá retornar ao trabalho em razão de discordâncias com seu chefe, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de Oliveira.

Até seu afastamento, ele estava na linha de frente das ações contra o novo coronavírus, assim como Wanderson. Croda chegou a participar de algumas entrevistas coletivas sobre o tema ao lado do chefe direto e do próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Oficialmente, o ministério informa apenas que ele está de férias.
Após "ruídos" internos, potencializados pelo estresse vivido pela equipe, Croda foi incentivado a se afastar por uns dias para baixar a temperatura. Chama atenção o afastamento dele exatamente no momento em que a Secretaria de Vigilância em Saúde, à qual sua diretoria está ligada, concentra esforços no combate ao coronavírus. Wanderson apontou, nesta quinta-feira, que possivelmente se trata da maior pandemia do século.
A condução da crise do coronavírus por parte do Ministério da Saúde incomodou o presidente Jair Bolsonaro, que declarou ter visto um certo exagero nas ações. A pasta voltou atrás em algumas questões anunciadas, como a proibição imediata de cruzeiros turísticos, após pressão.
O ministro Mandetta também modulou o discurso nos últimos dias para se alinhar ao presidente. Ele, que chegou a dizer que a recomendação de não estar em aglomerações valia para todos, ao ser questionado sobre o fato de o presidente ter se reunido com apoiadores no último dia 15, saiu pela tangente ao ser perguntado nos dias posteriores.
"Vocês estão todos focando e apontando ali, eu acho que o presidente teve sua passagem que vocês podem questionar. Agora, a praia estava superlotada no Rio de Janeiro. Os bares do Leblon, que eu os conheço... tenho amigos que mandaram fotos brindando (de lá)", afirmou Mandetta, no dia seguinte à manifestação.
O ministro tem insistido também na avaliação de que medidas de restrição de deslocamento e locomoção, como as adotadas por governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, rivais de Bolsonaro, precisam ser reavaliadas. Bolsonaro vem minimizando o risco do coronavírus e tratando a doença como "gripezinha".
Croda chegou ao Ministério da Saúde no início do governo Bolsonaro. O médico é doutor em Patologia pela Universidade de São Paulo, professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e na Yale School of Public Health, segundo seu currículo na plataforma Lattes. Desenvolve pesquisas na área de tuberculose em populações privadas de liberdade e arboviroses. Antes de ir para o ministério, era presidente da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB).
Fonte: O Globo
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