DHPP prende membros do Bonde dos 40 suspeitos de torturar e matar rival do PCC em Teresina

O assassinato de Bartolomeu Gabriel Oliveira Gomes ocorreu em setembro de 2024, em Teresina.

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) deu cumprimento a mandados de prisão contra três investigados suspeitos de participar do sequestro, tortura e assassinato de Bartolomeu Gabriel Oliveira Gomes, crime ocorrido em setembro de 2024, em Teresina. Os três são apontados como integrantes da facção criminosa Bonde dos 40.

Foto: Jacinto Teles/JTNEWSDepartamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)

Os alvos dos mandados de prisão foram Gutenberg Pereira da Silva, Carlos Alberto Ferreira Filho e Elianderson de Sousa Silva, que já se encontravam recolhidos no sistema prisional por outros crimes. Outros dois suspeitos, Jardielson Araújo Soares e Samuel dos Santos Siqueira Torres, seguem foragidos.

Segundo o delegado Danúbio Dias, responsável pelo caso, Bartolomeu Gabriel, que residia na zona sul de Teresina e teria proximidade com membros do PCC, estava no clube do River Atlético Clube com familiares no dia 29 de setembro de 2024, quando foi identificado por um homem conhecido como “Chocolate”, apontado como disciplina do Bonde dos 40 na região do Residencial Torquato Neto.

Foto: Reprodução / GP1Delegado Danúbio Dias
Delegado Danúbio Dias

Conforme o delegado relatou, “Chocolate” reconheceu Bartolomeu como suposto integrante do PCC e acionou outros membros da facção. O grupo abordou o jovem dentro do banheiro do clube, onde iniciou um interrogatório violento. Ao perceber a situação, a mãe de Bartolomeu tentou intervir, mas foi hostilizada. Os suspeitos retiraram Bartolomeu do local, tomaram seu celular e realizaram o chamado “raio-x”, procedimento interno da facção para confirmar se o desafeto trata-se de um faccionado rival.

Ao confirmar que Bartolomeu pertencia ao PCC, a vítima foi colocada na motocicleta de um dos envolvidos, identificado como Samuel, e levado para um apartamento no Torquato Neto, onde teria sido interrogado, torturado e morto.

“O Gutenberg forneceu o apartamento para onde a vítima foi levada e interrogada, o Pônei foi o responsável por apontar a vítima ao reconhecê-la no clube do River, e o outro, o piloto, levou a vítima numa moto até o apartamento do Gutenberg. E restam dois a serem presos, o Samuel foi o indivíduo mais violento do grupo criminoso, é um ‘disciplina’ dessa célula da facção Bonde dos 40 no Torquato Neto. E o outro foragido é o Jardielson, que também é uma liderança relevante, ele assume ser liderança e afirmou que estava presente quando a vítima foi interrogada e executada. Esses três que estão presos já estavam recolhidos no sistema prisional por outros crimes, agora estão presos também pelo homicídio, sequestro e ocultação de cadáver”, explicou o delegado Danúbio Dias.

Ocultação do corpo

Conforme o DHPP, após a morte, o grupo enterrou o corpo da vítima na Vila Babilônia. Com a repercussão do desaparecimento e da pressão da família, os acusados acabaram desenterrado o cadáver na região da Vila Babilônia e obrigaram um morador da região a ajudar no transporte do corpo, que foi abandonado às margens da BR 343, onde o cadáver foi encontrado enrolado em lona e tecido, já em decomposição.

“O Samuel foi quem deu a ordem, autorizou a execução, foi quem analisou o celular da vítima e chegou a ligar para o pai da vítima enquanto ela era interrogada, foi ele quem executou, e as investigações também apontam que ele não só executou, como depois da repercussão do caso e da operação do DRACO, desenterrou a vítima e obrigou o morador a levar o corpo no carro”, completou Danúbio Dias.

O delegado ressaltou que a investigação comprovou que o homicídio não ocorreu no local onde o corpo foi encontrado, mas sim em outro ponto, reforçando a tese de ocultação de cadáver.

Investigações avançam

Com as prisões realizadas hoje, três suspeitos diretamente envolvidos no crime estão presos. A autoridade policial apontou que há outras investigações em curso envolvendo o mesmo núcleo do Bonde dos 40, identificado como responsável por atuar como um “Tribunal do Crime” na capital.

Fonte: JTNEWS com informações do GP1

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