Concurso MPU: criação da Polícia do Ministério Público é solicitada pela AGEMPU

A proposta de alteração da nomenclatura deverá ser apresentada ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)

De acordo com informações da Associação Nacional dos Agentes de Segurança Institucional do MPU (AGEMPU), o reconhecimento da natureza policial dos técnicos segurança do órgão foi solicitado. A categoria reivindicou, por meio de minuta, a alteração no cargo para agente de Polícia do Ministério Público (MP).

Foto: Jacinto Teles/JT NewsSede da PGR, onde Raquel Dodge vai emitir parecer na Ação dos delegados
Um novo edital de concurso público para o Ministério Público da União tem expectativa de ser divulgado em breve

Caso seja aprovada, um novo edital de concurso para Polícia do Ministério Público da União (MPU) poderá ser realizado. A proposta de alteração da nomenclatura deverá ser apresentada ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Atualmente, o agente de segurança realiza mais de 30 atribuições, grande parte de natureza policial. Muitas funções atribuídas a esses profissionais são desempenhadas por policiais legislativos, militares, civis e federais. Todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário) contam com força policial. Apesar de não ser um poder, o Ministério Público é uma instituição similar e essencial à Justiça.

O coordenador Executivo da AGEMPU, Rene Sales, entende que a criação da Polícia do MPU vai trazer economia e diversos ganhos para o órgão. “O Ministério Público é um órgão essencialmente investigativo e nós, agentes do MPU, atuamos em campo na busca e coleta de informações úteis ao convencimento dos membros em atividade típica de polícia judiciária”.

“Executamos serviços de proteção à autoridade e escolta, combatemos trabalho análogo a escravidão, temos atribuições de primeiros socorros, combate a incêndios e realizamos a condução profissional de materiais sensíveis a pessoas cujos cargos são de risco inerente,” falou.

Para associação, a mudança na nomenclatura é uma questão de simetria constitucional, de equilíbrio e paridade. De forma a permitir melhorias nas condições de trabalho, conforme disse o coordenador geral da AGEMPU, Laércio Bernardes: “Temos que dar um basta em transformar nossos cargos em administrativos, não podemos mais aceitar isso. Levaremos nossas reivindicações junto ao Conselho Nacional do Ministério Público no sentido de demonstrar a importância desta simetria”.

Ele ainda revelou a importância do reconhecimento da natureza policial ao cargo. “O próximo passo agora é apresentar nosso pleito ao CNMP e, mais que nunca, manter a unidade de classe para alcançarmos nosso objetivo”.

Um novo edital do concurso MPU estava previsto para ser publicado com 50 vagas para o cargo de Técnico de Segurança. A proposta estava prevista no Orçamento do órgão para 2021, com R$15 milhões sendo destinados para para abertura da seleção para o cargo de nível médio. No entanto, o relator do processo, José Adonis, solicitou a exclusão desse item. O texto, aprovado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), em 31 de julho, seguiu o voto do relator e retirou a previsão para o concurso MPU do Orçamento. O valor acabou transferido para pagamento de gratificação de ofício de procuradores da República.

De acordo com informações da Folha Dirigida, o diretor executivo do Sindicato Nacional dos Servidores do órgão (SindMPU), Adriel Gael, já afirmou que a entidade busca soluções para que o orçamento do certame retorne para essa finalidade. Por lei, conforme explicou Gael, o Conselho Superior só pode interferir em questões relacionadas a carreira de membros e não da área de apoio.

“O Sindicato pretende indagar a Administração sobre a retirada dos R$15 milhões para realização do concurso e solicitar um esclarecimento. Em caso negativo, a gente pretende judicializar essa questão. Judicializar, às vezes, resolve as questões”, apontou.

Um novo edital de concurso público para o Ministério Público da União (Concurso MPU) tem expectativa de ser divulgado em breve. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021 prevê um total de 127 provimentos no órgão. De acordo com o texto, as as receitas e despesas anuais da União ainda devem passar por Senado e pela Câmara dos Deputados. Dessa forma, é possível que alterações sejam feitas no projeto.

A atual gestão do órgão segue com o objetivo de abrir um novo edital, conforme informou a Assessoria de Imprensa da Procuradoria Geral da República (PGR). “A realização de concurso público para o Ministério Público da União segue sendo um propósito da gestão. Neste momento, no entanto, a prioridade é a atuação no combate à COVID-19”, disse em nota.

Em março, a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral da República já havia informado que o edital para novos servidores era alvo de preparativos internos. A meta, de acordo com o departamento, é repor as vagas que estão sem preenchimento.

“Neste momento, não há prazos para realização do certame. Informamos apenas que o concurso é objeto de tratativas internas e que há, sim, um esforço para a realização de processo seletivo em 2020 para repor vagas em aberto”, consta em nota enviada ao site Folha Dirigida.

Em 2018, o Ministério Público da União contava com um déficit de 1.717 servidores em todo o país. Desse total, 1.660 eram referentes aos cargos do edital do último concurso. Os dados são do Portal da Transparência dos quatro ramos do Ministério Público da União. O quantitativo de cargos vagos leva em consideração os postos sem preenchimento nos quatro ramos que compõem o MPU. Ou seja, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Militar (MPM) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O maior número de cargos vagos é no Ministério Público Federal. Faltam, ao todo, 1.795 técnicos e analistas. Em seguida aparece Ministério Público do Trabalho, com 133 vagas sem preenchimento. Segundo o Portal, faltavam 492 técnicos de administração e 1.111 analistas de Direito. Para os cargos ainda não há concurso válido no órgão, que tem necessidade de abrir um novo edital. Além disso, faltam 57 técnicos de segurança.

O salário de técnico de administração, com requisito de nível médio, é de R$7.618,61. O analista de direito (nível superior na área) recebe R$11.916,90 já com auxílio-alimentação de R$910,08.

O último edital do concurso público do Ministério Público da União (MPU) foi divulgado em 2018, quando contou com 47 vagas efetivas em cargos de analistas e técnicos e formação de cadastro de reserva em cargos de ensino médio e superior do órgão. O concurso público do Ministério Público da União registrou 52.529 faltosos nas provas, conforme dados divulgados pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), organizador do certame. A maior abstenção foi para o cargo de técnico de administração, que tem requisito de nível médio.

Segundo os dados divulgados, 34.865 candidatos de técnico não compareceram ao dia de prova, o que representa 18,25% do total de inscritos para o cargo. Para analista, foram registrados 17.664 faltosos, o que representa 23,91% do total de inscritos para o cargo. O cargo de técnico de administração foi o mais procurado do concurso MPU, com 191.045 candidatos para 11 vagas imediatas, o que resulta em 17.367 candidatos concorrendo a uma vaga. A função de Analista em Direito registrou 73.879 inscritos para 36 vagas, ou seja, 2.052 candidatos concorrem a uma vaga do cargo. A região com o maior número de inscritos foi o Distrito Federal, com 133.508 concorrentes.

Veja a relação completa por Estado logo abaixo:

Técnico em Administração: Acre: 8.211 inscritos; Amapá: 7.425 inscritos; Distrito Federal: 102.141 inscritos; Minas Gerais: 25.491 inscritos; Rio de Janeiro: 21.778 inscritos; e Rio Grande do Sul: 25.999 inscritos.

Analista em Direito: Amazonas: 2.983 inscritos; Amapá: 943 inscritos; Bahia: 5.158 inscritos; Distrito Federal: 31.367 inscritos; Espírito Santo: 1.796 inscritos; Goiás: 1.949 inscritos; Mato Grosso do Sul: 2.077 inscritos; Mato Grosso: 3.165 inscritos; Pará: 5.434 inscritos; Rio de Janeiro: 5.395 inscritos; Rondônia: 2.103 inscritos; Rio Grande do Sul: 7.615 inscritos; e Santa Catarina: 3.894 inscritos.

O quantitativo de inscritos no concurso do MPU 2018 foi inferior ao do penúltimo certame do órgão, publicado em 2013. Na época, foram 283.178 candidatos para 147 vagas imediatas. O edital do concurso MPU 2018 contou com 36 vagas efetivas para o cargo de Analista do MPU – Especialidade: Direito e 11 vagas para o cargo de Técnico do MPU – Especialidade: Administração. Em ambos os casos há formação de cadastro reserva para contratação conforme necessidade. Além disso, haverá reserva de oportunidades para os deficientes e negros.

As vagas de Analista do Edital do Concurso MPU foram destinadas aos Estados do Amazonas (03 vagas + CR), Amapá (01 vaga + CR), Bahia (02 vagas + CR), Distrito Federal (03 vagas + CR), Espírito Santo (01 vaga + CR), Goiás (01 vaga + CR), Mato Grosso do Sul (02 vagas + CR), Mato Grosso (03 vagas + CR), Pará (03 vagas + CR), Rio de Janeiro (02 vagas + CR), Rondônia (03 vagas + CR), Rio Grande do Sul (03 vagas + CR) e Santa Catarina (01 vaga + CR).

As vagas de Técnico do  Edital do Concurso MPU foram destinadas aos Estados do Acre (01 vaga + CR), Amapá (01 vaga + CR), Distrito Federal (04 vagas + CR), Minas Gerais (02 vagas + CR), Rio de Janeiro (01 vaga + CR) e Rio Grande do Sul (02 vagas + CR).

Fonte: JTNEWS com informações do Notícias Concursos

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