China começa a contabilizar casos de pacientes assintomáticos do coronavírus

A proporção de pessoas que contraiu o vírus mas não tem sintomas é ainda desconhecida, mas os especialistas acreditam que esses pacientes também podem transmitir o vírus

As autoridades chinesas estão voltadas agora para os pacientes que transportam silenciosamente o novo coronavírus. Nesta quarta-feira (1) foram identificados 130 novos casos assintomáticos. A proporção de pessoas que contraiu o vírus mas não tem sintomas é ainda desconhecida, mas os especialistas acreditam que esses pacientes também podem transmitir o vírus. O diretor do Centro Norte-Americano para Controle e Prevenção de Doenças acredita que pelo menos um em cada quatro casos de covid-19 é assintomático.

Foto: Lindsey Wasson/Reutersteste, coronavírus
Foram identificados hoje (1) 130 novos casos assintomáticos

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que vai começar a divulgar o número de casos assintomáticos registrados no país e vai impor uma quarentena de 14 dias a esses pacientes.

Foram identificados hoje 130 novos casos assintomáticos. No total, de acordo com as autoridades chinesas, há 1.500 casos assintomáticos que estão sendo isolados e monitorados, sendo 205 procedentes do exterior.

Durante o momento mais agudo da infeção, a China considerou que os casos assintomáticos seriam de “baixo risco” e não deveriam ser incluídos na contagem dos casos confirmados.

Esses casos foram geralmente encontrados ao acompanhar os contatos que tinham sido estabelecidos com outros casos confirmados. Também esses pacientes ficavam de quarentena se testassem positivo, mas podiam voltar a sair à rua ao fim desse tempo caso não apresentassem sintomas.

População teme segunda onda

No momento em que o bloqueio termina em várias cidades chinesas, que tentam agora o regresso à normalidade ao fim de mais de dois meses de quarentena, a população teme que haja uma segunda onda de infecções impulsionada por esses casos assintomáticos. Recentemente surgiram alguns casos de novas infecções que foram provavelmente causadas por pacientes “silenciosos”.

Na China, nas últimas 24 horas, foram contabilizados 36 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, dos quais apenas um teve origem na China continental (excluíndo Hong Kong e Macau) e o restante chegou ao país procedente do exterior. 

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou, no início da semana, por maior monitoramento dos casos assintomáticos. Há províncias em que esses pacientes começaram a ser obrigatoriamente acompanhados por um hospital durante 14 dias.

Nessa terça-feira (31), o diretor do Centro Norte-Americano para Controle e Prevenção de Doenças, Robert Redfield, admitiu, em entrevista à rádio pública NPR, que um em cada quatro casos do novo coronavírus poderá ser assintomático.

“Pode haver indivíduos sem sintomas contribuindo para a transmissão do vírus, sabemos que de fato eles também transmitem o vírus”, disse Redfield, acrescentando que a instituição está revendo as recomendações sobre o uso de máscaras de proteção.

A ideia será estender a recomendação do uso desses equipamentos nos Estados Unidos, tendo como base o pressuposto de que há mais pessoas infectadas em “zonas de alta transmissão”, mas sem sintomas. No entanto, essa indicação poderá ser de difícil cumprimento, uma vez que é cada vez mais difícil garantir máscaras mesmo para os profissionais de saúde.

Os Estados Unidos são, desde a semana passada, o país com maior número de infecções em todo o mundo, com um total de 189 mil casos e mais de 4 mil mortes.

Fonte: Agência Brasil

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