Asilos de idosos na Europa são devastados pelo novo coronavírus
As residências de idosos são verdadeiras bombas-relógio, abrigando 500.000 pessoas idosas em condições frágeisEspanha e Itália, países mais afetados pelo coronavírus na Europa, mas também a França, registram um aumento do número de casas de repouso dizimadas pelo novo coronavírus, em um continente com população envelhecida que virou o epicentro da pandemia.
 
"Quando o vírus entra nestes locais, inevitavelmente acontece um massacre, como infelizmente está ocorrendo em diferentes partes da Itália", advertiu no fim de semana o Spi-CGIL, departamento de pensionistas do principal sindicato italiano.
Quinze mortes foram registradas em um estabelecimento em Gandino, perto de Bérgamo, em uma das zonas mais afetadas na Itália, anunciou o secretário de Saúde da região, Fulvio Menghini. "As residências de idosos são verdadeiras bombas-relógio, abrigando 500.000 pessoas idosas em condições frágeis, com o risco de infecção", destacou o Spi-CGIL.
A Itália possui a população mais envelhecida do planeta, atrás apenas do Japão, o que poderia explicar em parte o fato de o país registrar o maior número de mortes no mundo vítimas da COVID-19, mais de 6.000, segundo o balanço mais recente.
Um cenário similar acontece na Espanha. A ministra da Defesa do país, Margarita Robles, declarou nessa segunda-feira, 23, que militares responsáveis por desinfetar casa de repouso encontraram idosos abandonados, inclusive alguns mortos em suas camas.
"Vamos ser implacáveis e firmes em relação ao tratamento que se tem tido com os idosos nesses espaços. Em algumas visitas, o Exército viu idosos absolutamente abandonados, quando não mortos em suas camas", disse a ministra à emissora Telecinco.
O Ministério Público da Espanha abriu uma investigação, assim como havia feito na semana passada ao descobrir que 19 idosos morreram em um asilo de Madri. Dezenas de mortes foram registradas em várias casas de repouso no país.
Na França, uma das principais associações de asilos enviou uma carta ao ministro da Saúde, alertando para os riscos da epidemia. "Pode provocar mais de 100.000 mortes no caso de uma generalização que não ousamos imaginar", advertia a mensagem.
Os casos aumentam na região de Vosges, no leste do país, onde 20 residentes de um estabelecimento de aposentados morreram "vítimas de uma possível relação com a COVID-19", anunciaram as autoridades locais na segunda-feira.
Visitas proibidas
Para evitar uma hecatombe, o governo espanhol mobilizou o exército para higienizar as residências e colocou os estabelecimentos privados sob controle das regiões.
Vários países proibiram ou limitaram drasticamente as visitas, incluindo Itália, Espanha, França e Luxemburgo, mas também em outros pontos da Europa central, assim como os Estados bálticos.
"É muito duro para as famílias não saber o que acontece ali dentro", admite Pauline, uma professora francesa que não quis revelar o sobrenome e cuja mãe, que não consegue falar por telefone, está hospitalizada em um estabelecimento de Paris no qual foi detectado o coronavírus.
Uma situação angustiante, pois a falta de material de proteção em locais muito vulneráveis, um fato denunciado em muitos países, "aumenta o risco de contágio", segundo o Spi-CGIL.
A situação real nas casas de repouso continua sendo difícil de avaliar, pois os testes são raros. Na França se limitam em termos gerais aos "três primeiros enfermos em estruturas coletivas de pessoas vulneráveis", afirmou o Ministério da Saúde.
A Espanha, que está importando centenas de milhares de testes de detecção, afirmou na segunda-feira que as casas de repouso serão a prioridade.
Chamadas de vídeo
Menos rígido que os vizinhos europeus, o Reino Unido também pediu aos asilos que reduzam as visitas "ao mínimo", mas pediu que todos considerem "o efeito benéfico do contato com a família e os amigos".
Para que as pessoas mais velhas possam manter o contato com as famílias, os funcionários se esforçam para facilitar as comunicações.
Em Murcia, sudeste da Espanha, os enfermeiros do asilo Ballesol Altorreal, com máscaras e luvas, emprestam os telefones para que os residentes conversem com seus familiares em chamadas de vídeo.
Em um vídeo divulgado pela casa de repouso, uma senhora tenta tranquilizar o interlocutor ao telefone: "Que coronavírus? Eu não tenho coronavírus".
Fonte: O Estadão
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