9 números importantes para saber sobre as vacinas contra a COVID-19

Nos últimos dias várias notícias falsas a respeito da eficácia ou da segurança dos imunizantes passaram a circular com força nas redes sociais; Confira algumas informações importantes

O Brasil atualmente possui quatro vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen —todas consideradas seguras e eficazes para evitar casos graves e mortes provocadas pela COVID-19.

Foto: Reuters/Denis Balibouse/ Direitos ReservadosPfizer testará vacina em grupo de crianças com menos de 12 anos
CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen são as vacinas que estão sendo aplicadas no país

Mesmo assim, algumas pessoas demonstram receio de recebê-las, principalmente depois que notícias falsas a respeito da eficácia ou da segurança dos imunizantes passaram a circular com força nas redes sociais.

A única forma de combater esse tipo de problema é buscando informação e entendendo melhor como cada vacina funciona. Para ajudar nessa tarefa, selecionamos alguns números importantes sobre os imunizantes. Confira a seguir:

Como já falamos, CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen são as vacinas que estão sendo aplicadas no país. Vale reforçar novamente: todas elas passaram por testes e avaliações criteriosos e são produtos seguros e eficazes para o que se propõem neste momento: impedir casos graves e mortes pela COVID-19.

3 diferentes tecnologias

AstraZeneca e Janssen são vacinas vetoriais, que usam um vírus geneticamente modificado —o adenovírus— como vetor para levar um pedaço de código genético do Sars-CoV-2. Já a vacina da Pfizer usa a tecnologia do RNA mensageiro. Nela, o código genético é transportado dentro de uma microscópica bolha de gordura.

Nos dois casos, quando o material genético chega ao seu destino, a célula usa as informações para produzir a proteína spike, cuja presença, então, faz tocar o alarme de invasão dentro do organismo.

Por fim, a CorovaVac usa uma tecnologia tradicional, conhecida há mais de 150 anos: é a vacina de vírus inativado. Para isso, usa uma cópia inteira do patógeno neutralizado e incapaz de se replicar e provocar a doença. A presença dele no organismo, no entanto, já é suficiente para alertar o sistema imunológico, que vai atrás do invasor e passa a produzir anticorpos.

CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer precisam de duas doses para atingir o melhor potencial de imunização. As bulas dessas vacinas indicam esse regime de aplicação porque os estudos clínicos mostraram que a resposta do sistema imunológico é mais consistente e duradoura dessa forma. O imunizante da Janssen é o único atualmente em uso por aqui que requer somente uma aplicação.

28 dias ou 12 semanas é o intervalo entre doses

Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilVacina contra a COVID-19
O intervalo de aplicações também depende da orientação de cada fabricante

Assim como o esquema de uma ou duas doses, o intervalo de aplicações também depende da orientação de cada fabricante, que apresenta estudos clínicos conduzidos para identificar a melhor resposta imunológica em determinados períodos após a aplicação de uma ou duas doses.

No caso da CoronaVac, a segunda dose deve ser feita 28 dias após a primeira. Já a AstraZeneca prevê um espaço maior, de 12 semanas. A Pfizer recomenda, oficialmente, intervalo de 21 dias; no entanto, a orientação do Ministério da Saúde é de prolongar um pouco mais e aplicar a segunda dose após 12 semanas também, sem prejuízos para a eficácia da imunização.

15 dias para a imunização completa

Esse é o tempo médio que o corpo leva para produzir anticorpos de forma eficiente após a aplicação das vacinas. Vale lembrar que, no caso dos imunizantes com esquema vacinal de duas doses, a proteção total só será alcançada após a segunda aplicação.

Muito se falou sobre a taxa de eficácia global das vacinas e como isso influencia ou não na proteção que elas oferecem. No entanto, é importante lembrar que cada laboratório conduz um tipo de estudo diferente e, por isso, eles não podem ser comparados de forma tão simples.

De modo geral, os números dizem qual a proporção de pessoas que não pegaram o vírus após tomar a vacina. A CoronaVac possui taxa global de 50,38%, enquanto a AstraZeneca, 70%. A vacina da Janssen ficou em 66%, e o imunizante da Pfizer possui acima de 95% —a maior taxa entre as vacinas usadas no Brasil.

Isso quer dizer então que uma vacina é melhor que a outra? Não. Todas as vacinas utilizadas atualmente são eficazes naquilo que se propõem: evitar casos graves, internações e mortes pela COVID-19.

Imunidade de rebanho, só com mais de 70% de vacinados

Foto: Ascom/PMTVacinação de idosos, em Teresina (PI)
80% a 90% da população do país total precisa estar vacinada para chegarmos na imunidade coletiva

Também chamada de imunidade de grupo e imunidade coletiva, a imunidade de rebanho consiste em atingir um ponto em que há uma quantidade suficiente de pessoas imunes ao vírus, interrompendo a transmissão comunitária. E, com menos indivíduos suscetíveis, o vírus vai aos poucos deixando de circular.

Anthony Fauci, chefe do National Institute of Allergy and Infectious Diseases e um dos médicos que está liderando os esforços contra a COVID-19 nos Estados Unidos, estima que pelo menos 70% da população americana precisa estar imunizada para poderem respirar com algum alívio por lá.

Esse "número mágico", no entanto, não é consenso: alguns especialistas já afirmaram que nada menos que 80% a 90% da população do país —total, não apenas adulta ou prioritária— precisa estar vacinada para chegarmos mais perto desse objetivo.

Fontes: Antônio Augusto Moura da Silva, professor do Departamento de Saúde Pública da UFMA (Universidade Federal do Maranhão); Flávio Guimarães da Fonseca, virologista, presidente da SBV (Sociedade Brasileira de Virologia), professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); Marcelo Burattini, infectologista e professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Fonte: JTNEWS com informações do Viva Bem

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