Grazi Mantovaneli

Esposa, enfermeira, especialista em UTI e Emergências Pré-Hospitalares e especializando em Pediatria e Neonatologia e artista. Atuou como enfermeira na Atenção Básica e foi tutora em Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Amante de artes é aquarelista, ilustradora, desenhista, pintora à óleo, bordadeira e estudante de violoncelo. Aprecia uma boa culinária, se arriscando na cozinha. Proprietária do Dona Corujinha Ateliê (Instagram @donacorujinhaatelie). Recentemente, unindo a paixão por saúde da criança e artes, ilustrou o livro Amamentar: entre o querer e o poder.
Esposa, enfermeira, especialista em UTI e Emergências Pré-Hospitalares e especializando em Pediatria e Neonatologia e artista. Atuou como enfermeira na Atenção Básica e foi tutora em Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Amante de artes é aquarelista, ilustradora, desenhista, pintora à óleo, bordadeira e estudante de violoncelo. Aprecia uma boa culinária, se arriscando na cozinha. Proprietária do Dona Corujinha Ateliê (Instagram @donacorujinhaatelie). Recentemente, unindo a paixão por saúde da criança e artes, ilustrou o livro Amamentar: entre o querer e o poder.

Outubro Rosa

Mais que um toque, um ato de amor próprio

Por que o laço rosa?

Em 1980, Susan G. Komen morreu após lutar três anos contra um câncer de mama. O câncer a levou com 36 anos de idade! Enquanto Susan estava em tratamento, sua irmã Nancy Brinker lhe fez a promessa de lutar e ajudar mulheres a vencerem essa doença.

Foto: Acervo pessoal: Ilustração de Grazi MantovaneliOutubro Rosa: Mais que um toque, um ato de amor próprio
Outubro Rosa: Mais que um toque, um ato de amor próprio

Em 1982, Nancy criou a Susan G. Komen - Fundação do Câncer de Mama (Susan G. Komen Breast Cancer Foundation), uma das maiores organizações de combate e pesquisas nessa área.

Até hoje, a fundação realiza diversas ações/campanhas e dentre elas a mais famosa é a Corrida pela Cura (Race for the Cure®).

Foi em 1983, na primeira corrida, que surgiu o “laço rosa” (símbolo do movimento de luta contra o Câncer de Mama). Nessa primeira corida, a fundação identificou todos os 800 participantes com um laço rosa preso à roupa, próximo à região do seio. Desde então, o símbolo da luta contra o câncer de mama é um laço rosa. 

E o mês de outubro?

Essa campanha iniciou nos Estados Unidos, na década de 90. Durante o mês de outubro, alguns estados começaram a realizar ações voltadas para a prevenção do câncer de mama. Para organizar e unificar essas ações, o Congresso Americano destacou o mês de outubro para as campanhas de luta contra a doença.

De forma resumida, foi assim que surgiram o mês OUTUBRO ROSA e o LAÇO DE FITA ROSA. No Brasil, as campanhas iniciaram no ano de 2002, na cidade de São Paulo.

Foto: Acervo pessoal: Ilustração de Grazi MantovaneliCuidar do bem mais precioso que temos: nossa saúde.
Cuidar do bem mais precioso: a sua saúde

Por que a luta contra o câncer de mama é tão urgente e importante?

Vejam alguns dados estatísticos mundiais e nacionais sobre o câncer de mama.

O câncer de mama no mundo:

Segundo o INCA (o Instituto Nacional de Câncer), o câncer de mama é o tipo que mais ocorre no mundo, ou seja, em 100 novos casos de câncer descobertos, 24 são de mama. Dos cânceres que acometem as mulheres, esse é o mais letal, pois 15,5% delas não resistem à doença.

O câncer de mama no Brasil:

É o tipo de câncer que mais causa morte entre as mulheres, exceto na região Norte do Brasil (onde o câncer de colo ocupa o primeiro lugar).

O risco de desenvolver essa doença aumenta a partir dos 40 anos de idade, bem como a mortalidade que ela pode causar. A faixa etária mais acometida é de 50 a 69 anos. Trocando em miúdos, no Brasil, em uma população de 100.000 mulheres, 14 delas morrerão por câncer de mama.

Graças ao Sistema único de Saúde (SUS) quando o Brasil é comparado com países desenvolvidos (como EUA, Canadá e Austrália), fica um pouco abaixo (em segundo lugar), mas está acima da França e o Reino Unido, no combate a essa doença. O nosso país está fazendo um bom trabalho, mas precisa avançar muito em prevenção, diagnóstico e tratamento precoce, já que a doença precisa ser diagnosticada na fase inicial para o tratamento ser mais eficaz.

No Brasil, um dos grandes obstáculos para diminuir a mortalidade causada pelo câncer de mama é reduzir a desigualdade regional e social.

O Ministério da Saúde recomenda que todas as mulheres de 50 a 69 anos façam a mamografia a cada dois anos.

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam o exame de mamografia, anualmente, para todas as mulheres, a partir dos 40 anos de idade, pensando no diagnóstico precoce e a redução da mortalidade. Tal recomendação tem a intenção de incluir essa faixa etária nos programas de rastreamento, onde cerca de 15-20% delas desenvolvem câncer de mama.

Nas regiões Sudeste e Sul do país, 67% das mulheres nessa faixa etária (o que ainda não é o ideal), realizaram o exame; nas demais regiões essa taxa cai ainda mais, chegando a apenas 38%.

A baixa escolaridade também é outro obstáculo. Mulheres com nível superior realizam mais a mamografia (80%) e relação as que não têm nenhuma instrução escolar ou somente o nível fundamental (50%).

Homem pode desenvolver câncer de mama?

A resposta é sim! Segundo o site Agência Brasil, para cada 100 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, existe um homem atingido pela doença. Isso significa que os homens representam 1% do total de casos de câncer de mama no Brasil.

Segundo a médica Fabiana Tonelotto, no homem, a mama é pequena e atrofiada, por isso, não existe tecido para que se faça uma cirurgia mais conservadora. Como ele dispõe de pouco tecido mamário, há mais facilidade do câncer se infiltrar na pele e no músculo posterior do peito, provocando metástase. “Por isso, esse tratamento é mais radical, com mastectomia (remoção da mama)”, conta.

Muito importante:

Mulheres que possuem história de câncer de mama na família, principalmente, em parentes de primeiro grau (como mãe e irmãs), devem procurar acompanhamento médico e realizar a mamografia anualmente, a partir dos 35 anos de idade.

Se um homem manifestar câncer de mama, é necessário investigar todas as mulheres da família, porque pode haver uma mutação genética de BRCA (uma família de genes que causam câncer), o que aumenta o risco delas de também desenvolverem a doença.

Pelo fato de os homens serem uma população pequena com câncer de mama, o INCA não dispõe de estimativa para a população masculina.

Quais são os sinais de um "possível" câncer de mama?

Foto: Acervo pessoal: Ilustração de Grazi MantovaneliSinais de câncer de mama
Sinais de câncer de mama

Existe como prevenir o câncer de mama?

Não, não completamente. Como existem muitos fatores que podem causar a doença, entre eles, causas não modificáveis (aquelas que não se tem controle), a prevenção baseia-se em acompanhar, reduzir os fatores de risco e estimular os fatores protetores, especificamente, aqueles considerados evitáveis (que dependem de mudanças de hábitos de vida).

Fatores de risco evitáveis:

(Mudanças no estilo de vida, reduzem em até 28% o risco de desenvolver a doença):

. Sobrepeso

. Obesidade

. Tabagismo

. Uso excessivo de álcool (2 doses por dia)

. Uso de anticoncepcionais orais

. Terapia de reposição hormonal

. Exposição à radiação ionizante

. Exposição à pesticida, organoclorado, campos eletromagnéticos e magnéticos

Fatores de risco não evitáveis:

(Aqueles que não se podem controlar, só acompanhar)

. Idade igual ou superior a 50 anos

. Menarca precoce (menstruar antes de 12 anos)

. Menopausa tardia (última menstruação após os 55 anos)

. Primeira gestação tardia (após os 30 anos)

. Nenhuma gravidez

. Não amamentar

. História pessoal de câncer de ovário ou de mama

. História familiar de câncer de mama

. Doença mamária benigna (lesões mamárias proliferativas com atipias ou outras doenças precursoras)

. Mutações genéticas (BRCA1 e BRCA2)

Sabia que a amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama?

Além de inúmeros benefícios para bebê, a mãe também é beneficiada, pois amamentar diminui o risco dela ter câncer de mama. Durante o período de aleitamento, as taxas de determinados hormônios (que podem provocar câncer) diminuem muito na mulher, além de promover a eliminação e a renovação celular, diminuindo as chances de câncer de mama.

Foto: Acervo pessoal: Ilustração de Grazi MantovaneliAleitamento Materno
Aleitamento Materno

Quanto mais tempo a mãe amamentar, maior a proteção ela e o bebê terão. A recomendação para o aleitamento materno é de 6 meses a 2 anos.  

Qual é a importância do autoexame das mamas?

É muito importante conhecer a nossa história familiar de câncer de mama (dessa forma saberemos o nosso risco), e, também, conhecer melhor nossas mamas. Isso nos ajuda a identificar mudanças e auxilia aos profissionais de saúde na detecção precoce de câncer de mama. O autoexame não substitui o exame físico das mamas (realizado por um profissional de saúde treinado).

Anualmente, a mulher deve realizar a coleta do exame papanicolau (ou preventivo), nesse momento também é feita uma avaliação da saúde das mamas. Já estamos no mês de outubro. Já fez sua consulta ginecológica? Se não, não perca tempo!

Como é feito o autoexame das mamas? 

Foto: Acervo pessoal: Ilustração de Grazi MantovaneliAutoexame das mamas
Autoexame das mamas

Sabia que quanto mais cedo for descoberta alguma alteração na mama, maiores as chances de tratamento? Sim! Existe até 95% de chance de cura.

Foto: Acervo pessoalEnfermeira Graziela Mantovaneli (com o laço rosa no jaleco)
Enfermeira Graziela Mantovaneli (com o laço rosa no jaleco)

Lembre-se de se cuidar e ajude a outras mulheres a se cuidarem também.

Essa luta é de todas nós.

Se cuide, se toque, se ame!

Referências:

https://www.komen.org/about-komen/our-mission/

https://www.inca.gov.br

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-10/homens-representam-1-do-total-de-casos-de-cancer-de-mama-no-brasil

https://sbmastologia.com.br/sociedades-medicas-brasileiras-recomendam-mamografia-anual-a-partir-dos-40-anos/

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