Silvio Barbosa

Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.
Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.

O "rei" de Israel cai após 12 anos de governo

Aliado de Bolsonaro, Benjamin Netanyahu perdeu o emprego

Foram 12 anos como primeiro-ministro de Israel. Foram 12 anos de um governo linha-dura, com discursos beligerantes contra os palestinos, povo sem país próprio, que vive no território ocupado da Cisjordânia e na isolada Faixa de Gaza; bem como, sobrevive, como refugiado, nos países árabes vizinhos, principalmente Jordânia e Líbano.

Foto: Times of IsraelPrimeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu
Ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu

Foram tantos anos de governo, que Benjamin Betanyahu foi apelidado, jocosamente, de "rei de Israel". O Estado de Israel é uma jovem república parlamentar: tem um presidente que ocupa um cargo figuratício, sem poder efetivo, que deve se manter neutro nas questões políticas. E tem um primeiro-ministro que manda, faz e desfaz, eleito indiretamente pelos partidos que formarem a maioria no parlamento.

Nestes 12 anos, Netanyahu se desdobrou para garantir a maioria, oferecendo cargos e leis aos partidos (e são muitos, como no Brasil) que lhe dessem votos.

O toma-la-dá-cá terminou nesse domingo, 13 de junho, porque a oposição se cansou e se uniu. Uma coalizão inimaginável se formou para derrubar Netanyahu: da extrema-esquerda à extrema-direita, incluindo os votos de um partido árabe-israelense (sim, os árabes compõem 20% da população de Israel).

Respondendo a processos de corrupção e abuso de poder, Netanyahu ainda tentou resistir usando o discurso de que ele é o político mais indicado para defender Israel. Provocou os palestinos incentivando a desapropriação de casas e conseguiu o que queria. Os palestinos do grupo religioso islâmico Hamás, que controlam Gaza desde que venceram uma rápida guerra civil contra a laica OLP (Organização para a Libertação da Palestina), lançaram mísseis contra Israel. Exatamente como Netanyahu queria para poder usar seu poder de fogo.

Foto: Alan Santos/PRBolsonaro sendo recebido por Benjamin Netanyahu em Israel
Bolsonaro sendo recebido por Benjamin Netanyahu em Israel em março de 2019

Mas o truque não deu certo. Netanyahu juntou em seu currículo a morte de civis de ambos os lados, mas não ganhou pontos junto aos partidos de oposição, que o derrubaram no voto.

A coalizão que o derrubou é um balaio de gatos, de partidos que mal se conversam, da extrema-direita à extrema-esquerda mais o partido árabe-israelense Raam. Para derrubar Netanyahu, eles deram o voto de apoio ao também ultradireitista Naftali Bennett que, pelo acordo, deverá governar por 2 anos e, então, passar o cargo para outro candidato, Yair Lapid, também da direita.

Resta saber, agora, até quando partidos de linha ideológica tão diferente vão aceitar participar desse governo de coalizão. Qualquer deserção de um partido descontente com a política de Benett poderá levar a uma nova eleição. E aí, o "rei" posto, Benjamin Netanyahu, poderá tentar reaver sua coroa.

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