A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) deixou o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí na tarde dessa terça-feira (03), após decisão da juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, que concedeu prisão domiciliar para a parlamentar. Tatiana Medeiros foi alvo da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal, que investigou a utilização de recursos ilícitos, oriundos de facção criminosa, para financiar sua campanha eleitoral de 2024.
A vereadora deixou o QCG em uma viatura do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), às 14h35 para colocar tornozeleira eletrônica e, logo depois, seguirá em direção a residência de familiares.
Na decisão, a juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho considerou que, embora a prisão preventiva fosse necessária, ela não se mostrava mais adequada no momento em razão do estado de saúde da vereadora Tatiana Teixeira Medeiros.
De acordo com os relatórios e documentos médicos apresentados, a parlamentar apresenta ideação suicida e necessita de uso supervisionado de medicação para tratar um quadro psiquiátrico, diante da alta chance de novas tentativas de autoextermínio. Assim, a magistrada entendeu que a prisão preventiva poderia ser substituída por medidas cautelares menos gravosas, como a prisão domiciliar associada a outras restrições.
Medidas cautelares impostas à vereadora Tatiana Medeiros
- monitoramento eletrônico, com reavaliação no prazo de três meses;
- proibição de acesso à internet, especialmente a sites institucionais, sistemas de órgãos públicos municipais e redes sociais;
- recolhimento domiciliar integral em seu endereço, com autorização apenas para atendimentos médicos de urgência e consultas previamente autorizadas pela Justiça, também com reavaliação em três meses;
- afastamento do cargo de vereadora do município de Teresina enquanto durar o processo;
- além da proibição de acesso ou frequência às dependências da Câmara Municipal e de manter contato com os servidores daquele órgão.
Crises durante a prisão
Presa há quase dois meses no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí, a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) tem apresentado crises de ansiedade e depressão frequentes nos últimos dias. As informações são do advogado de Tatiana, Francisco Medeiros que relatou que a parlamentar passou mal, no dia 30 de maio, e precisou ser reanimada.
Conforme a defesa da vereadora, os episódios de ideação suicida da parlamentar também têm sido frequentes e, no dia 29 de maio, ela precisou ser encaminhada ao Hospital da Polícia Militar. Dessa forma, a defesa argumenta a necessidade de que a vereadora receba um tratamento psiquiátrico urgente e contínuo em um ambiente adequado.
A crise mais grave dentro do QCG foi registrada no dia 21 de maio, ocasião em que Tatiana Medeiros foi levada às pressas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Ela foi encontrada desacordada na cela em que está detida, após ingerir em excesso uma medicação utilizada no tratamento da depressão. Mesmo consciente e com sinais vitais estáveis, a parlamentar foi colocada em observação na sala vermelha do HUT, setor reservado a pacientes em estado mais grave ou que necessitam de atendimento prioritário.
Ré na Justiça
A Justiça Eleitoral tornou ré a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) pelos crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro, peculato e falsidade ideológica no âmbito da Operação Escudo Eleitoral. A decisão foi assinada pela juíza Gláucia Mendes de Macêdo, da 98ª Zona Eleitoral de Teresina, no dia 21 de maio.
Além da parlamentar, viraram réus: Alandilson Cardoso Passos (namorado); Bianca dos Santos Teixeira Medeiros (irmã); Bruna Raquel Lima Sousa (funcionária da ONG Instituto Vamos Juntos); Emanuelly Pinho de Melo (assessora da parlamentar); Lucas de Carvalho Dias Sena (cunhado); Maria Odélia de Aguiar Medeiros (mãe); Sávio de Carvalho França (funcionário da ONG Instituto Vamos Juntos) e Stênio Ferreira Santos (padrasto).
Fonte: JTNEWS com informações do GP1