Educação

UFPI sofre corte de R$ 6,3 milhões no orçamento de 2025 e alerta para riscos ao funcionamento da instituição

O corte compromete desde o pagamento de contas básicas, passando pela manutenção de laboratórios e prédios, até o apoio estudantil e os contratos com empresas terceirizadas.

Foto: Jacinto Teles/JTNews
Campus Ministro Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) anunciou que terá uma redução de R$ 6,3 milhões no orçamento de 2025, valor que incide diretamente sobre as chamadas despesas discricionárias, aquelas que custeiam o funcionamento cotidiano da instituição. O corte compromete desde o pagamento de contas básicas, passando pela manutenção de laboratórios e prédios, até o apoio estudantil e os contratos com empresas terceirizadas.

Foto: Jacinto Teles/JTNews
Campus Ministro Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina

As despesas discricionárias, ao contrário das obrigatórias, como salários e aposentadorias, protegidas por lei, são as primeiras a serem afetadas em momentos de ajuste fiscal. No entanto, são justamente elas que garantem o funcionamento efetivo da universidade no dia a dia.

A perda orçamentária é resultado da diferença entre o valor proposto pelo Governo Federal e o que foi efetivamente aprovado pelo Congresso Nacional. A UFPI conseguiu mitigar parcialmente o impacto com a liberação de uma emenda parlamentar de R$ 2 milhões, mas o déficit líquido ainda é de R$ 4,3 milhões.

As reduções atingem diversas áreas fundamentais:

- Funcionamento da instituição: menos R$ 3,6 milhões

- Assistência estudantil: menos R$ 1,4 milhão

- Fomento à graduação e pesquisa: menos R$ 327 mil

- Educação profissional: menos R$ 411 mil

Segundo a lógica do orçamento público federal, essas perdas se concentram exclusivamente nas despesas classificadas como Resultado Primário 2 (RP2), ou seja, aquelas que não são obrigatórias e incluem gastos com contas de água, luz, bolsas estudantis e contratos terceirizados. As despesas obrigatórias (RP1) foram preservadas.

A Administração Superior da UFPI destaca que já iniciou articulações com parlamentares, o que resultou na liberação de emendas que atenuaram os efeitos do corte. Além disso, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) tem atuado junto ao Ministério da Educação (MEC) e à Secretaria de Educação Superior (Sesu) na tentativa de fortalecer a rede de ações em defesa das universidades públicas.

Em nota, a UFPI reforça seu compromisso com a educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, e conclama a sociedade piauiense a defender a universidade como patrimônio do povo e instrumento estratégico para o desenvolvimento regional e nacional.

“Recompor o orçamento das universidades não é um gasto: é um investimento estratégico para o desenvolvimento nacional e a justiça social”, afirma a nota oficial da instituição.

Fonte: JTNEWS

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