O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente na manhã deste sábado (22), foi encaminhado para uma estrutura reservada a autoridades na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. O espaço, conhecido como “sala de Estado”, é destinado a figuras públicas com prerrogativas especiais e já foi utilizado anteriormente por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB) durante seus períodos de custódia.
O local fica a cerca de 20 km do condomínio onde Bolsonaro reside e conta com infraestrutura mais confortável que a de uma cela comum. A sala possui mesa, cadeira, cama de solteiro, banheiro privativo, ar-condicionado, janela, armário e frigobar, garantindo isolamento e segurança ao detento.
Prisão preventiva não é início do cumprimento da pena
Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 6h35, após a ordem de prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida não está relacionada ao início do cumprimento da pena imposta no processo sobre tentativa de golpe de Estado, mas à avaliação de que havia risco à ordem pública.
O gatilho para a decisão foi a convocação de uma vigília organizada por Flávio Bolsonaro (PL), marcada para ocorrer nos arredores do condomínio do expresidente. Para Moraes, o ato poderia facilitar tumultos e criar um ambiente propício para uma eventual tentativa de fuga.
A decisão foi reforçada por um alerta enviado ao STF pelo Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, que registrou, às 0h08 deste sábado, uma suposta tentativa de violação da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro. No entendimento do ministro, esse dado sugeria a intenção de romper o equipamento.
Possível tentativa de refúgio
No despacho, Moraes aponta que Bolsonaro poderia tentar buscar abrigo na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 13 km de sua casa, uma distância de aproximadamente 15 minutos de carro. O ministro afirmou que a proximidade do trânsito em julgado de sua condenação e a mobilização convocada por apoiadores reforçavam o risco concreto de evasão.
“Há alta possibilidade de tentativa de fuga”, escreveu Moraes, destacando que esse cenário, somado à confusão que poderia ser causada pela vigília, justificava a decretação da prisão preventiva.
Bolsonaro permanece na sala especial enquanto aguarda os próximos passos do processo e eventuais decisões do STF e da Polícia Federal.
Fonte: JTNEWS com informações do GP1