Um empresário identificado como Gustavo de Carvalho Morais, alvo de mandados de busca e apreensão no Condomínio Terras Alphaville durante operação da Superintendência de Operações Integradas (SOI), nesta quarta-feira (12), foi apontado como o principal fornecedor de celulares, entres eles iPhones, para os lojistas alvos da Operação Interditados, conforme informou o delegado Filipe Bonavides, coordenador da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP). As investigações indicam que o empresário mantinha uma movimentação financeira incompatível com sua renda declarada e realizava transações com pessoas já investigadas por sonegação fiscal e outros crimes.
Durante o cumprimento dos mandados, foram encontrados diversos aparelhos celulares, bebidas, perfumes importados e outros produtos de alto valor, armazenados em apartamentos residenciais na zona leste da capital, sem qualquer estrutura comercial formal. Segundo o delegado, há indícios de que o empresário trazia os produtos do exterior em viagens pessoais, sem qualquer registro oficial de entrada pelas vias aduaneiras. A movimentação constante de pessoas no local levou para a suspeita de que os itens eram rapidamente distribuídos para comerciantes de eletrônicos, o que dificultava o rastreamento dos produtos.
“Essas discrepâncias com todos esses eventos que demonstravam uma movimentação atípica, incompatível com a renda dessa pessoa. Então, a gente transacionar com pessoas que eram investigadas, foram alvos nossos na Operação Interditados, pessoas também com várias passagens de sonegação fiscal, entre outros crimes. Ele não tinha esse comércio que pudesse justificar qualquer outra atividade, tanto que os mandados foram cumpridos na residência, onde foram achadas bebidas, aparelhos celulares, perfumes também importados e os depósitos deles não eram em um estabelecimento comercial, eram apartamentos residenciais, aqui também na zona leste de Teresina, onde ele estocava esses produtos. Vale dizer que a apreensão de hoje é apenas uma parte, porque a gente sabe que a movimentação é constante. Então a gente mesmo teve informações que ele recente voltou do exterior e outras pessoas visitaram o local e saíram, ou seja, havia essa distribuição. Grande parte das pessoas com quem mais transaciona são justamente esses comerciantes de eletrônicos. Então a coisa chega e rapidamente já é dissipada, mas nós conseguimos aprender o material não só de celulares e produtos em geral”, informou o delegado.
Além dos bens apreendidos, a polícia identificou uma residência avaliada em mais de R$ 3 milhões e um veículo de luxo, modelo SW4, avaliado em cerca de R$ 500 mil. Foram localizados contratos com empresas de alto padrão e uma movimentação bancária superior a R$ 3 milhões em um ano, envolvendo pessoas físicas e jurídicas. O empresário será ouvido no inquérito para esclarecer as transações e a origem dos aparelhos eletrônicos.
“Até onde a gente consegue identificar, ele arrumava alguma maneira de trazer consigo nessas viagens, mas os detalhes ainda de como era essa logística para ingresso é que a gente não sabe dizer. O que nós podemos afirmar é que não havia nenhum ingresso formal, de acordo com as nossas normas aduaneiras. Nós vamos ainda analisar cada aparelho para identificar se eles estão relacionados a qualquer outra atividade criminosa como roubo de carga. Ele tinha um padrão de vida bem alto pela quantidade de itens pessoais, de alto valor, de vestuário, estilo de vida mesmo, era uma casa de mais de R$ 3 milhões. Casa muito boa, também tinha uma SW4 nova de quase 500 mil reais. Achamos vários contratos, inclusive, que foram realizados para essa residência. Contratos com empresas de alto padrão, das mais diversas especialidades. Você tira pela movimentação bancária dele, em um ano teve mais de 3 milhões de movimentação. Ele vai ser ouvido aqui por conta do inquérito para responder sobre essa investigação. O que a gente tem por certo eram transações bancárias, de alto montante, feitas com várias pessoas, empresas, pessoas jurídicas e algumas pessoas físicas. Tudo indica que ele estava repassando esses aparelhos, esses eletrônicos”, ressaltou o delegado.
Operação deflagrada
A Superintendência de Operações Integradas (SOI), da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (12), uma operação voltada ao combate a crimes de contrabando, descaminho e receptação qualificada, além de apurar a subtração e a redistribuição ilícita de cargas em Teresina. A ação contou com o apoio da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP), que cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em imóveis situados na zona leste da capital, onde foram apreendidos diversos celulares e bebidas sem nota fiscal, que eram vendidos no comércio local.
A investigação apura a atuação de um grupo envolvido na entrada irregular de produtos eletrônicos e bebidas no comércio local, sem documentação fiscal. Os indícios apontam para uma estrutura criminosa organizada, com possíveis conexões a outros indivíduos já investigados por práticas semelhantes.
Durante a apuração, os investigadores identificaram um crescimento patrimonial incompatível com a renda declarada do principal suspeito, que teria adquirido imóveis de alto padrão e veículos de luxo sem comprovação da origem lícita dos recursos. As informações levantadas indicam prática de lavagem de dinheiro e tentativa de reintegração de valores ilegais ao mercado formal.
Fonte: JTNEWS com informações do GP1