O contágio acelerado do coronavírus Sars-CoV-2 fez o Ceará atingir um patamar recorde em diagnósticos e mortes. Em 24 horas, foram mais 335 confirmações da doença e 20 óbitos, os maiores volumes em números absolutos desde o início da pandemia no Estado.
Como agravante, o acúmulo de novas infecções provocou o esgotamento de vagas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na rede pública, ao mesmo tempo em que a Secretaria da Saúde (Sesa) tenta ampliar a capacidade dos hospitais.
Segundo o IntegraSUS, que atualiza diariamente a situação epidemiológica da Covid-19, até as 17h de ontem, o Ceará havia confirmado laboratorialmente 2.747 pacientes contaminados e 335 mortos em decorrência de complicações respiratórias. Quando comparado ao boletim da quinta-feira (16), quando o Estado tinha 2.412 casos e 135 óbitos, o aumento de um dia para o outro foi de 13,89% e 14,8%, respectivamente.
Na mesma velocidade com que mais pessoas são infectadas, as unidades de saúde também chegam ao limite estrutural para assistência aos doentes. Em tempo, de acordo com o titular da Sesa, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, 38 pessoas afetadas pela Covid-19 aguardam das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) liberação de vagas em UTI de hospitais públicos e particulares. Isso porque 260 leitos exclusivos para a doença estão 100% ocupados.
Expansão
"Se tudo der certo, o Estado deve abrir ainda algo em torno de 560 leitos de UTI para dar suporte a essas necessidades. Estamos discutindo com parte da rede privada, reajustando, transferindo pacientes, mudando modelos, se adaptando para atender as pessoas nesse momento de tanta vulnerabilidade", assegura Dr. Cabeto.
Entre as estratégias já executadas para ampliar a oferta de leitos no Ceará, o secretário cita o aluguel de 120 leitos de uma empresa do Rio Grande do Sul. Na tarde de ontem, o governador Camilo Santana também anunciou o recebimento de mais de 20 leitos que vieram de São Paulo. Os equipamentos foram encaminhados pelo Ministério da Saúde.
Além da expansão dos leitos, a Pasta de saúde estadual também se movimenta para a compra de insumos, embora encontre dificuldades com os fornecedores que ficam na China. No início deste mês, o governo local adquiriu 700 ventiladores pulmonares mecânicos e 150 toneladas de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de uma mesma estatal chinesa.
"Nós passamos esses dados para a cônsul da China em Recife, discutimos com ela para que pudesse interceder, fizemos uma videoconferência com os executivos da empresa quase diariamente", reforça Dr. Cabeto.
Por outro lado, a alta demanda por suprimentos de saúde em todo o mundo desafia o envio. "Eles têm nos passado a dificuldade que têm sido de obter insumos, mas nos prometeram que até o fim de abril nos entregariam 200 respiradores; em maio, 400, e começo de junho, 100".
Fonte: Diário do Nordeste