Diversas entidades classistas que representam servidores públicos no Brasil reagiram às infelizes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, comparando servidores a “parasitas“.
A metáfora foi usada pelo ministro ao reclamar do reajuste automático ao funcionalismo em discurso durante evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na últma sexta-feira (7), no Rio de Janeiro, capital.
Entre as Entidades que se pronunciaram sobre a declaração de Paulo Guedes estão a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) e a Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) e a Associação dos Policiais Penais do Brasil (AGEPPEN-BRASIL).
“A carapuça de parasitas não nos serve“, afirmou o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva.
“A Condsef lamenta que a postura de um ministro de Estado seja a de desqualificar os trabalhadores do setor público que são elo e peças fundamentais tanto no atendimento à população que paga impostos e tem direito constitucional de acesso a serviços públicos de qualidade, quanto contribuem para o desenvolvimento econômico do País“, diz a nota publicada pela Condsef horas mais tarde.
A Unafisco manifestou “repúdio” e “indignação” com a fala do ministro e apontou suposta prática de “assédio institucional” por parte de Guedes.
“Se partilhássemos da descompostura do ministro, poderíamos compará-lo a um serviçal do mercado que promove a falência do Estado em detrimento do povo brasileiro. Falta não só elegância ao ministro Guedes, como patriotismo“, diz a associação.
“A Unafisco rechaça com toda veemência e indignação tal classificação rasa e generalizada, porque os auditores fiscais da Receita Federal exercem com orgulho e lisura suas atribuições sempre buscando a justiça fiscal e a proteção da economia nacional, seja na fiscalização e arrecadação dos tributos internos, seja na fiscalização do fluxo de nosso comércio internacional e de nossas fronteiras“, continua.
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central também criticou a metáfora e o que chamou de “falta de compostura” do ministro.
“Com um discurso tendencioso, recheado de inverdades e vazio de fundamentos técnicos, demonstrando o seu lamentável desconhecimento sobre o serviço público, quer induzir a sociedade a acreditar, entre outras barbaridades, que o servidor recebe reajuste salarial automático, quando é de pleno conhecimento que o último acordo negociado com o governo data de 2015“, destaca a organização.
Policiais Penais reunidos em Santa Catarina repudiam Paulo Guedes
Hoje (8), em Santa Catarina, a diretoria da Associação dos Policiais Penais do Brasil (Ageppen-Brasil), repudiou a declaração do ministro Paulo Guedes. O JTNEWS, por meio do seu editor Jacinto Teles, ouviu diretamente de Florianópolis (onde se encontra), o presidente da AGEPPEN-BRASIL, Wagner José Monteiro Falcão, que repudiou veementemente a atitude do ministro da Economia.
"Isso prova tão somente o descompromisso do ministro da Economia, Paulo Guedes, com a valorização dos servidores públicos brasileiros. O que seria desse país se não fossem os servidores públicos? Servidores públicos, o nome já está dizendo, é para servir ao público. E é dentro desta ótica que os policiais penais vêm desempenhando o seu papel no âmbito da segurança pública prisional", alegou Waner Falcão.
O presidente da Ageppen-Brasil declarou ainda que o ministro Paulo Guedes com tal atitude demonstra claramente a pequenez com que trata os servidores públicos do país, e fica mais do que claro que a sua opção é pelo capital financeiro em detrimento do desenvolvimento do serviço público nacional.
Diante da revolta manifestada por vários setores da sociedade devido à fala do ministro, a assessoria de comunicação do Ministério da Economia divulgou nota para explicar que Guedes “analisou situações específicas“. Acrescentou que o ministro “reconhece a elevada qualidade do quadro de servidores” e criticou a imprensa por supostamente ter tirado a fala de contexto.
Fonte: JTNews, com informações suplementares do Portal Poder 360