Política

Pronunciamento do secretário da Cultura (BR) é comparado com discurso de Goebbels; ministro nazista

“O presidente me fez um pedido. Ele pediu que eu faça uma cultura que não destrua, mas que salve a nossa juventude. A cultura é a base da pátria", disse o secretário

Foto: Reprodução
Roberto Alvim durante pronunciamento veiculado nessa 5ª feira pela Secretaria da Cultura

O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, citou trechos de uma fala do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, em pronunciamento veiculado pelo órgão nessa quinta-feira (16).

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”, a fala tem semelhança com o discurso de Goebbels feito em maio de de 1933 para diretores de teatro.

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Roberto Alvim durante pronunciamento veiculado nessa 5ª feira pela Secretaria da Cultura

“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos [potência emocional] e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse Goebbels, segundo o livro “Joseph Goebbels: Uma biografia” (Ed. Objetiva), de 2014, escrito pelo historiador alemão Peter Longerich.

Depois da veiculação do vídeo, o nome de Goebbels passou a ser um dos termos mais citados no Twitter durante a madrugada de hoje (17).

“O presidente me fez um pedido. Ele pediu que eu faça uma cultura que não destrua, mas que salve a nossa juventude. A cultura é a base da pátria. Quando a cultura adoece, o povo adoece junto. E é por isso que queremos uma cultura dinâmica, mas ao mesmo tempo enraizada na nobreza de nossos mitos fundantes", disse.

Durante o vídeo, o secretário anuncia o Prêmio Nacional das Artes. A iniciativa irá destinar mais de R$ 20 milhões para fomentar a produção artística nas cinco regiões brasileiras. São sete categorias. O Prêmio irá selecionar cinco óperas, 25 espetáculos teatrais, 25 exposições individuais de pintura e 25 de escultura, 25 contos inéditos, 25 CDs musicais originais e 15 propostas de histórias em quadrinhos.

“Trata-se de um marco histórico nas artes brasileiras. De relevância imensurável. E sua implementação e perpetuação ao longo dos próximos anos irá redefinir a qualidade da produção cultural em nosso país”, disse Alvim.

Após o acontecido, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu o afastamento do secretário da Cultura, Roberto Alvim.

Fonte: Poder360

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