Brasil

Embaixada chinesa acusa Weintraub de racismo e repudia postagem do ministro

Weintraub associou a China a origem da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus

Foto: Sérgio Lima/Poder 360
Ministro da educação, Abraham Weintraub

A embaixada da China no Brasil respondeu nesta segunda-feira (6) à manifestação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre mensagens enigmáticas com referências ao país asiático. Weintraub associou a China a origem da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O ministro apagou a postagem depois.

Foto: Sérgio Lima/Poder 360
Ministro da educação, Abraham Weintraub

Em sua conta no Twitter, a embaixada divulgou uma nota onde classifica as declarações como “fortemente racistas […] tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”. Leia a íntegra:

Foto: Reprodução/Twitter
Manifestação publicada no Twitter pela Embaixada da China no Brasil

No sábado (4), o ministro usou o personagem Cebolinha, da história em quadrinhos Turma da Mônica, para zombar da China. Ele escreveu a mensagem trocando que troca a consoante “r” pela “l”, uma referência tanto a um maneirismo verbal do personagem de quadrinhos quanto a um estereótipo da fala de chineses em português.

Foto: Reprodução/Twitter
Imagem postada por Weintraub no Twitter tem bandeira da China

“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, escreveu Weintraub.

Em resposta, a embaixada disse que a pandemia tem se espalhado rapidamente e que a maior urgência neste momento é “unir todos os países em uma proativa cooperação internacional para acabar com a pandemia com a maior brevidade, com vistas a salvaguardar a saúde pública mundial e o bem-estar da humanidade”.

Eduardo Bolsonaro

Esta não é a primeira vez que alguém da cúpula do governo relaciona a China com a pandemia. Em meados de março, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) provocou o início de uma crise diplomática entre o Brasil e a China. Ele escreveu: “Quem assistiu Chernobyl vai entender o que ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. […] +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. […] A culpa é da China e liberdade seria a solução”.

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, respondeu: “A parte chinesa repudia veementemente as palavras do deputado, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês”.

O congressista voltou à tona em 1º de abril ao chamar o coronavírus de “vírus chinês”. O cônsul chinês no Rio, Li Yang, publicou artigo neste sábado (4) no jornal O Globo se Eduardo Bolsonaro é tão “ingênuo e ignorante quanto parece”.

Fonte: Poder360

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